Diz o papa Francisco: “o diálogo é o nosso método”. Será?
[publicado no suplemento Igreja Viva (01.10.2015) do jornal Diário do Minho]
Há espaço para um diálogo sereno, esclarecedor e construtivo sobre a possibilidade ou não de os divorciados recasados acederem aos sacramentos? Será possível dialogar sem ceder à tentação fácil de catalogar uns de conservadores e outros de progressistas? Ou pior, de chamar fariseus a uns e apóstatas, hereges a outros? Sim, é possível. Pelo menos assim acreditam dois bispos Franceses, — Marc Aillet e Jean-Paul Vesco, bispos de Bayonne, Lescar e Oloron, e de Oran, respectivamente — que aceitaram debater publicamente as suas concepções sobre a família e as suas divergências. O debate terá lugar esta sexta-feira, 2 de Outubro, no contexto da quinta edição dos Estados gerais do Cristianismo, a decorrer de 2 a 4 Outubro, em Estrasburgo, França. Quando há um ano, na abertura da Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, o Papa pedia aos padres sinodais para falarem claro e da necessidade de dizerem tudo o que sentiam com parrésia (com franqueza), Francisco esperava tudo, menos o de transformar a discussão num campo de batalha. E, em boa verdade, o que se tem vindo a assistir, na generalidade dos casos, é precisamente isso. Continue reading